É preciso agir imediatamente para não ver seu negócio desmoronar.

Períodos difíceis fazem parte de qualquer empresário. Entretanto, na atual situação, a maioria das empresas brasileiras não possui saldo de caixa suficiente para arcar com custo da inatividade ocasionado pelo coronavírus, muito menos força suficiente para suportar os reflexos da crise nos próximos meses.

Embora haja um grande empenho do governo Brasileiro no combate à crise, qualquer medida a ser tomada ainda não será suficiente para corrigir o impacto econômico gerado pela pandemia.

Não podemos ficar à espera de soluções por parte dos governantes sem fazer a nossa parte. Sua empresa não pode esperar para ver o que vai acontecer. É preciso agir, decidir e tomar medidas que possam ter resultado imediato, sob pena de comprometer o seu negócio.

Seguem algumas orientações para auxiliá-lo nessa tarefa árdua, baseado na experiência de alguns anos de trabalho em recuperação judicial e gestão de crise financeira de empresas:

Primeiramente, é preciso saber se a sua empresa já vinha apresentando sinais de crise ou as dificuldades irão decorrer, exclusivamente, da situação do coronavírus. Isso pode definir a medida a ser tomada neste momento.

Se já havia sinais de queda no faturamento, sucessivos prejuízos, acúmulo de dívidas tributárias, endividamento bancário, atraso no pagamento dos fornecedores e funcionários, a crise do coronavírus apenas irá sacramentar o que já estava sendo anunciado, “o fechamento da empresa”.

Neste caso, uma das alternativas para voltar a crescer e honrar seus compromissos é solicitar uma RECUPERAÇÃO JUDICIAL. A recuperação judicial tem como objetivo a superação da crise econômica financeira vivida pelo empresário, buscando evitar a falência ou o fechamento do negócio. É feita por equipe especializada, através de estudo sobre a viabilidade do pedido judicial, bem como através de elaboração eficaz e específica de um plano de recuperação.

Não é o seu caso ainda? Então é preciso tomar medidas imediatas para garantir a saúde do negócio em curto prazo, pensando que a crise possa durar até uns 6 meses. Seguem algumas dicas abaixo.

– PRESERVE O CAIXA, a qualquer custo. Em hipótese alguma tenha gastos desnecessários;

– Não tem caixa suficiente? Neste caso, reduza imediatamente os gastos e aumente as receitas, é a receita básica para enfrentar qualquer crise;

– Como faço isso no meio de uma crise mundial? A redução de gastos pode ser feita com a prorrogação das dívidas bancárias (todos os bancos adotaram a prorrogação das parcelas de empréstimos), prorrogação das dívidas junto aos fornecedores, corte de verbas para projetos de expansão, suspensão de compra de equipamento, suspensão de pagamentos de impostos e demais dívidas (priorize as principais dívidas neste momento, ou seja, aqueles pagamentos que irão surtir efeito no teu negócio).

– Para aumentar receitas, recorra aos bancos, faça empréstimo com prazo de carência para pagamento. Venda produtos com desconto atrativo, queime seu estoque se necessário, tudo para gerar entrada no seu caixa. Faça desconto de recebíveis (cartão, cheque, duplicata). Se puder, invista em publicidade, principalmente nas mídias digitais, pois, mais do que nunca, este é o momento e pode fazer uma grande diferença.

Não se esqueça:

1. Evite demissões, pois custam caro neste momento. Negocie com seus empregados sobre férias, redução de jornada, banco de horas;

1. Revise todos os seus fornecedores, negocie valores e prazos de pagamento;

1. Fique atento aos decretos do governo. Não faça nenhum pagamento desnecessário, pode custar muito caro.

Por fim, seja resiliente, pois é preciso ter capacidade para enfrentar situação de crise e aprender com ela. Temos que ter pensamento otimista e ficar atentos às oportunidades que surgem nestes momentos, pois elas sempre surgem com a crise. Como diz o velho ditado: “Faça do limão uma limonada”.

Lembre-se: estão todos no mesmo barco, mas quem sair de cena agora corre sérios riscos de desaparecer.